Seguindo o ritual sagrado de compartilhar (na minha opinião) ótimos discos, filme ou séries e frases que nos fazem pensar, chegou a hora de uma das minhas bandas favoritas!
Um disco: (What’s the Story) Morning Glory? - Oasis
Lançado em 1995, What’s the Story Morning Glory? não pediu licença pra entrar na história: arrombou a porta, chutou a mobília e acendeu um cigarro no meio da sala. O Oasis, naquela altura, já carregava o ego inflado de banda que sabia o que estava fazendo, e neste álbum provou isso com uma coleção de músicas que soam metade hino de estádio, metade trilha para dias difíceis. É o disco que levou o britpop para outro nível, com guitarras gordas, refrões gigantescos e uma arrogância inglesa tão autêntica que ficou irresistível.
É aqui que vivem faixas como “Don’t Look Back in Anger”, feita pra ser cantada por multidões embriagadas às duas da manhã, e “Wonderwall”, que virou um clássico global mesmo com metade das pessoas sem saber o que diabos significa. “Champagne Supernova” fecha o disco como se fosse o fim do mundo e o começo de outro ao mesmo tempo — arrastada, grandiosa, melancólica e estranhamente esperançosa. Tem também “Some Might Say”, que entra como um soco otimista, e “Cast No Shadow”, que dá um respiro quase delicado. Para falar a verdade, o disco é perfeito de verdade!
Liam Gallagher canta tudo com uma mistura de desdém e fé (além do seu inesquecível pandeiro), pouco se lixando pro que você pensa, mas sabendo que você vai ouvir mesmo assim. Noel, por outro lado, entrega composições que grudam sem truque, só que funcionam, e muito. O disco não é elegante, não quer ser profundo ou sofisticado.
E agora, com o Oasis ressuscitado e lotando estádios outra vez, ele volta a ocupar o lugar que sempre foi dele: no topo. Uma verdadeira trilha sonora de algo que ainda está acontecendo. Se você nunca entendeu o que fazia essa banda ser tão grande, talvez agora seja a hora certa de ouvir, de preferência, bem alto.
Um filme/série: Objetos Cortantes - HBO Max
Tem séries que você assiste só pra passar o tempo, e tem outras que agarram sua atenção de um jeito que não tem como largar. Objetos Cortantes, minissérie da HBO Max baseada no romance de Gillian Flynn, é dessa segunda turma. Desde o começo, você sente uma tensão no ar que não dá pra ignorar. Amy Adams está incrível, vivendo uma personagem cheia de feridas que vão além da pele. A cidade onde tudo acontece parece ter seus próprios segredos e dores, e a gente vai desvendando isso junto, meio sufocado, meio hipnotizado. Não é uma série leve, é aquela que te incomoda, que faz olhar pro lado e pensar “caramba, será que é só ficção mesmo?”.
Aqui, não tem muita correria. A coisa acontece no tempo dela, com um cuidado estranho que deixa tudo mais real: os olhares, os silêncios, as palavras que ficam no meio. A direção é quase uma mão que te guia por essa jornada, misturando memórias e presente sem te perder. E a trilha sonora? Parece que foi feita pra entrar na cabeça e ficar ali, grudada, te cutucando. A série não dá respostas fáceis, nos deixa com uma sensação esquisita de tensão que não se resolve, de história que ainda vai estar mexendo com você muito tempo depois do último episódio.
Se você está a fim de algo que realmente te provoque, que não seja só entretenimento descartável, Objetos Cortantes é um convite para entrar num lugar meio sombrio, onde nada é simples e tudo tem peso. Não é pra assistir com pressa, nem pra ficar de fundo enquanto faz outra coisa. É pra se entregar, prestar atenção, deixar a cabeça trabalhar. Se topar essa viagem, te garanto que vai sair diferente, nem que seja só um pouco mais inquieto. E olha, depois me conta o que achou.
Uma frase: “Felicidade é estar satisfeito com o que você tem. O sucesso vem da insatisfação. Escolha.” - Naval Ravikant | Empreendor e Investidor de Start-ups
Um ótimo final de semana! Aproveite com sua família e amigos!